segunda-feira, 22 de março de 2010

Peste do Cebola

Meu grande amigo Jocelânio, não, este post não fala sobre você, rsrsrrs.


Crianças são realmente difíceis de lidar, eu tenho 8 sobrinhos e sei bem o que é isso, só que não posso esquecer que já fui criança e não era tão “dócil” assim. Isso já tem um tempinho, mas eu me lembro de (quase) tudo o que eu já aprontei.


É muito comum eu ouvir de parentes, vizinhos e amigos “Guilherme, como você era insuportável” “Ainda bem que você mudou”.... e coisas assim.


Costumo dividir minha infância em duas partes, a primeira quando eu era a única criança da casa e a segunda, quando minha irmã se separou e veio morar conosco.... daí o problema começou, afinal, dividia as atenções com mais duas crianças, fora meu outro sobrinho, que morava no mesmo quintal.


O começo foi até legal, afinal tinha gente para brincar comigo, só que depois foi batendo um ciúme, uma coisa pesada mesmo, afinal, tinha que dividir minha mãe, meu pai, meus irmãos, e é claro, o mais importante, minha TV.


Nós estudávamos quase que no mesmo horário, e acostumávamos a passar a tarde inteira brincando em cima da laje, construindo carros, cabanas de acampamentos e tudo o mais que crianças podiam fazer, a Janete que o diga, você sofreu hein Jan rsss.


Pra me distrair um pouco, costumava sair à noite e ir à casa dos amigos da minha mãe, conheci pessoas muito especiais e que quero manter por um bom tempo as amizades, como a Sônia, o Seu Serafim (que considero um segundo pai), a Elisa, o Finzinho, a Bel, a Lu, o Beg, a Dora, o Seu Lorival, a Maria, e claro, crianças né.... tinha o Diego, a Fernanda, a Aina, a Stefany, o Renan, o Diogo (que infelizmente morreu muito cedo devido a uma doencinha um pouco chata), e também, tinha um lugar que eu gostava muito de brincar, a viela do lado da casa da Fe e do Diego, costumava ficar lá até quase meia noite, brincando de várias coisas, isso era muito bom.


Costumo dizer que minha infância perdeu a magia (de que tudo é possível e mágico) quando a Lúcia morreu, pra quem não sabe, Lúcia era a moça da papelaria, típica paixão platônica de criança, tinha um respeito e um carinho por ela que não consigo explicar, era como se nos conhecêssemos bem antes do que parecia, me lembro pouco sobre a morte dela, parece que foi um acidente de carro no qual somente o namorado dela sobreviveu.... Fiquei com muita raiva e desejei coisas horríveis para o namorado dela.... Mais uma vez, coisa de criança!


É estranha essa coisa de criança, a gente pirraça um ao outro, briga, se bate.... Mas sente falta. Sinto falta da minha casa cheia, de não ter preocupação alguma, de se sentir protegido, de assistir tv o dia inteiro, de brincar na viela (Fernanda, Diego... lembram?), de comer doce até passar mal, de sentar no colo de alguém e dormir aquele sono gostoso, enfim, saudade de ser criança.


O que me entristece, é que não vejo isso nas crianças de hoje, sei que pode parecer uma coisa de pessoas idosas para se dizer, mas acredito que a coisa principal de ser criança, que é a inocência, esta se perdendo e tornando-se objeto raro hoje em dia.


Você que é pai ou mãe, não deixe que isso aconteça.




Festival do Folclore Brasileiro - 1993

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